Diet, ligth ou zero?
Esta é uma pergunta quase sempre ouvida todas as vezes que se pede ao garçom um refrigerante, por exemplo. A resposta é dada automaticamente pelo consumidor, que muitas vezes não sabe sequer o que está pedindo. Qual é realmente a diferença entre um produto e outro? É importante saber que não só os refrigerantes são diet, ligth ou zero. A família é grande e inclui desde leite, iogurte, pão, geleias e requeijão, até chocolates em geral, e barrinhas de cereais, por exemplo.
Por vezes, a diferença pode parecer tão insignificante, que tentar entender o que cada um significa e pagar a mais pelo produto pode parecer não valer a pena. Afinal, geralmente esses alimentos são mais caros que os tradicionais.
Segundo a nutricionista Roseli Ueno Ninomiya, especialista em nutrição para adolescentes, a confusão toda é porque as diferenças entre os termos são bem sutis. Muitas pessoas pensam que os produtos assim rotulados são sinônimos, diz. Isso é verdade principalmente no caso dos diets e lights.
Aqui no Brasil, os produtos conhecidos como diet ou light, passaram a ser conceituados e rotulados sob os mesmos parâmetros adotados nos Estados Unidos e na Europa. Para facilitar a identificação por parte do consumidor, os fabricantes devem especificar o perfil do produto na embalagem e destacar a palavra light ou diet ou zero. Para que o consumidor possa se sentir seguro e protegido é preciso verificar os rótulos. Por isso, também, é importante saber as diferenças existentes em cada um. Vamos lá então, decifrar cada um deles.
Diets
São alimentos desenvolvidos para pessoas com alguma necessidade fisiológica específica. Por exemplo, os diabéticos necessitam da isenção do açúcar refinado, os hipertensos precisam da redução ou isenção de sódio no alimento e pessoas com doença celíaca não podem ingerir glúten.
É obrigatório que o rótulo tenha a especificação do ingrediente que foi retirado ou substituído da formulação. A confusão começa quando as pessoas acreditam que, ao usar os produtos diet irão perder peso. Isso é um erro, porque nem sempre ocorre a redução de calorias nos alimentos. É importante destacar que os produtos diet não são sinônimos de remédio, ou seja, que são para uso somente de pessoas com doenças diagnosticadas. Afinal, existem aqueles indivíduos que desejam apenas ter uma boa alimentação.
Light
Os produtos com a denominação light são alimentos desenvolvidos para pessoas que visam a qualidade de vida e manutenção da saúde. Apesar do termo em inglês light significar leve, os produtos não têm necessariamente o objetivo de contribuir para a perda de peso. Não é porque são light que promovem a redução de calorias na fórmula. O produto light deverá ter pelo menos 25% a menos de certo ingrediente em relação à receita original. Pode ser, por exemplo, 25% ou mais na redução de calorias, 25% ou mais na redução da lactose, 25% ou mais de redução de sódio e assim por diante.
Zero
Esses alimentos foram desenvolvidos como opção para os que buscam a isenção de determinado ingrediente. Por exemplo: isenção de açúcar ou de gorduras com consequente redução de calorias ou isenção de um ingrediente em relação à receita original. Os refrigerantes 0% de açúcar podem ser consumidos por diabéticos. Lembrando que o zero pode também ser dietou light.
Segundo a Associação Nacional de Assistência ao Diabético (ANAD), os alimentos diet, light e zero não são funcionais, ou seja, não possuem eficácia médica. “São apenas alternativas para que o consumidor elimine calorias, gorduras e açúcares de sua dieta”, ressalta a nutricionista Lígia Hernandes, gerente de Marketing e Produtos da Wow! Nutrition.
Refrigerantes na mira
Todo mundo sabe que tomar refrigerante faz mal para a saúde, pois além de tudo, não possuem um só nutriente. Por isso, a indústria lançou as versões light, diet e zero da bebida para não perder o consumidor. Mas será que isso resolve? Quando em 2009 a Proteste avaliou 24 tipos de refrigerantes, o resultado não foi nada animador. Além de encontrar ingredientes que não constavam do rótulo, os refrigerantes, incluindo osdiet, light e zero possuem muito açúcar e podem comprometer a saúde de crianças e adultos. Além disso, veja o que eles encontraram:
Corantes impróprios para crianças (amarelo crepúsculo, proibido em países europeus por causar hiperatividade e o amarelo tartrazina, que pode causar alergias).
Edulcorantes (adoçantes artificiais). Podem ser ainda piores que o açúcar natural. O ciclamato de sódio e a sacarina, por exemplo, que são retirados do petróleo, possuem sódio suficiente para aumentar a pressão arterial. Além disso, crianças e grávidas só devem ingerir produtos com edulcorantes por orientação médica.
Ácido benzoico – substância que pode aumentar os sintomas de hiperatividade.
Benzeno – substância cancerígena, resultante da combinação dos ácidos benzoico e ascórbico (vitamina C). A Organização Mundial da Saúde, OMS, afirma que não há um limite seguro para a ingestão de benzeno. Na avaliação feita pela Proteste, 7 dos 24 refrigerantes testados possuíam esse ingrediente.
Ácido fosfórico – presente nos refrigerantes de cola, reduz a absorção de cálcio, podendo causar osteoporose.
Sódio – Algumas bebidas ofertavam até 31% desse elemento na composição.
[Fonte: Vida e Saúde – Nov 2011, p.14 a 17]
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