Enquanto o mercado mundial de agrotóxicos cresceu 93%, o brasileiro aumentou 190%, colocando nosso país em primeiro lugar no ranking de consumo de agrotóxicos no mundo. Além de a substância impactar o meio ambiente, ela também abala a segurança alimentar e a saúde da população.
Segundo dossiê da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), um terço dos alimentos consumidos pelos brasileiros está contaminado pelos agrotóxicos. Os alimentos que mais demandam a substância são a soja (40%), o milho (15%), a cana e o algodão (10%), as frutas cítricas (7%), o trigo (3%) e o arroz (3%).
Cerca de 70 milhões de brasileiros vivem em estado de insegurança alimentar e nutricional, sendo que 90% desta população conso mem frutas, verduras e legumes abaixo da quantidade recomendada para uma alimentação saudável, de acordo com o IBGE. Uma alimentação desequilibrada já é ruim, mas o consumo prolongado de agrotóxicos através da comida é pior ainda, podendo provocar doenças como câncer, malformação congênita, distúrbios endócrinos, neurológicos e mentais.
O ideal para a saúde coletiva seria evitar ou reduzir o consumo dos pesticidas nos cultivos, hortas e na alimentação brasileira. O documento da Abrasco defende a proibição de agrotóxicos já banidos em outros países, mas ainda liberados no Brasil, que apresentam graves riscos à saúde humana e ao ambiente. Enquanto isso não ocorre, os cuidados devem ser tomados por você antes de ingerir os alimentos em casa.
ELIMINANDO A MAIOR PARTE DO RISCO
Deixá-los de molho no vinagre pode ser ótimo para matar micróbios, mas nem sempre funciona quando o assunto é tirar os agrotóxicos das frutas e verduras. A recomendação é sempre preferir os alimentos orgânicos, mas quando não é possível adquiri-los, a lavagem dos produtos antes do consumo é imprescindível.
Se o agrotóxico utilizado for de superfície, limitando-se a parte externa do alimento, lavar bem com água elimina o risco, como é o caso dos morangos e dos tomates. A dificuldade cresce nas situações em que o agrotóxico penetra o alimento e afeta o seu interior. Nesse caso, a fervura pode inativar os efeitos adversos dos pesticidas. Entretanto, há agrotóxicos feitos à base de zinco ou estanho e à base de metais que nem o aquecimento elimina e não tem como reduzir o perigo ao ingerir.
Para acabar com todo risco de saúde causado por este produto química, apenas uma fiscalização mais rígida e a redução do uso dos agrotóxicos nas plantações, medidas que devem ser regulamentada pela Anvisa, como exige o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). A agência reguladora já vem trabalhando para garantir o melhor uso dos agrotóxicos nos cultivos e disponibiliza uma cartilha orientando os trabalhadores sobre a utilização do produto, confira aqui.
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